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Quando as pessoas querem cavalos mais rápidos


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Criou-se um verdadeiro mito em torno do Steve Jobs, como a pessoa que sabe o que o consumidor deseja. A opinião do consumidor não importa, pois as pessoas não sabem o que querem, até que mostremos a elas. Essa fala prepotente de Jobs deu a muitos adoradores da Apple a confiança de que a empresa sabe o que eles querem e assim, tudo o que foge do que a Apple produz é, de alguma forma, inútil ou ruim. Isso ficou bastante claro com a quantidade de críticas à fala de Steve Wozniak sugerindo que a Apple ampliasse as opções de tela para o iPhone.

Se olharmos um pouco para trás, veremos que a Apple passou por uma grande simplificação na linha de produtos. O iMac, lançado em 1998 foi produzido até 2002 com apenas a opção de uma tela com 15". E assim ficou até o lançamento do iMac G4 LCD, quando ganhou, apenas 6 meses após seu lançamento, a opção de tela 17". Vale ressaltar que desde o lançamento do primeiro iMac, falava-se em um iMac com tela maior, coisa que a Apple parecia não dar tenta bola.

Talvez a empresa tenha percebido o mercado que estava perdendo quando lançou em 2002 o eMac, basicamente um Mac CRT, muito semelhante ao iMac, com tela de 17" exclusivo para o mercado educacional que acabou sendo disponibilidade a todos, tamanha a quantidade de pedidos do consumidor. As pessoas queriam sim uma tela maior, e fazia tempo. Desde então a Apple nunca deixou de fornecer mais opções de telas nos iMacs, chegando a ter três opções, 15", 17" e 20" ou 17", 20" e 24". Hoje a Apple se resolveu com apenas duas opções, que vão desde o moderado 21,5" até o enorme 27".

O mesmo efeito observamos no iBook, que ficou de 1999 até 2002 apenas com o modelo 12,1" até ganhar a opção maior com 14" o que supriu em partes o gap existente entre a linha home com tela 12" e o PRO, com tela de 15,2". Desde então, a Apple passou a oferecer mais opções em sua linha portátil profissional, que contou apenas com uma opção de tela desde 1998 até 2003, com o lançamento do Powerbook pequeno com 12" e seu irmão maior, com 17".

Por um período, podemos dizer que houve algo confuso na linha de laptops da Apple uma vez que a diferenciação entre o iBook G4 12" e o Powerbook G4 12" não era significativa a ponto de justificar uma ser "Power" e a outra "i". O mesmo podemos dizer de até pouco tempo atrás do Macbook Pro 13" vs Macbook 13" que diferiam basicamente no material que era feita a carcaça. Uma verdadeira afronta à simplicidade buscada por Jobs ao enxugar a linha de produtos como vez no final da década de 90. Não era raro aparecer nos fóruns pessoas em dúvidas sobre qual portátil da Apple escolher devido à essa pequena confusão.

E aonde chegamos com tudo isso?

Apesar da fama criada em torno das declarações de Steve Jobs, a Apple é uma empresa que busca o lucro e para isso precisa atender o mercado. Ainda que seja notável o esforço da Apple em fazer bons produtos, pensando em detalhes, como escolher um tamanho de tela para o iPhone que você consiga alcançar qualquer ponto apenas com a mão que segura o aparelho, seus concorrentes inauguraram um mercado de pessoas que querem telas maiores. As vendas de celulares maiores mostra que o público não está exatamente preocupado em alcançar a tela com apenas uma mão.

Apesar das pessoas projetarem no Jobs a sabedoria de saber o que as pessoas querem, sua entrevista no All Things Digital mostra que a Apple se preocupa com o que as pessoas querem. Se a Apple lançou um modelo com tela maior, acreditem, as pessoas queriam isso e talvez a Apple até perdesse mercado se não ouvisse a esse desejo, sinalizado por boas vendas de concorrentes. Se ele não é tão versátil quanto o modelo de 3,5" ou se ele fragmentará o sistema, isso é secundário. O público excessivamente preocupado com essas questões parece não ser grande o suficiente para sustentar a empresa.

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Interessante seu ponto de vista.

Pra mim são duas coisas separadas. Quando Jobs disse que as pessoas não sabem o que querem até que mostremos a elas, ele se refere a produtos novos, inventados. Traduzindo: Não faça pesquisa de mercado para a criatividade, pois eles não sabem criar algo novo. E acredite, criar algo novo, investir grana nisso e acreditar até o fim é dificílimo, até mesmo para o Jobs.

Agora, depois do produto novo nascer e fazer sucesso, Jobs ouvia o público e seu staff. Ele era contra a app store no telefone, mas ouviu seus funcionários e foi um sucesso. Era contra um telefone maior, mas a apple fez e já é um sucesso. O público é útil para evoluir algo existente mas não para revolucionar.

Pergunte para qualquer um: O que você gostaria de ver em um smartphone? Suas respostas serão: Mais bateria, maior, menor, mais pixels, menos pixels, carregador mais rápido, etc... sempre falarão características evolutivas. Poucas falariam algo como: adicionar um projetor de vídeos no telefone. Isso é uma característica que muda completamente o produto, e se a empresa fizer essa funcionalidade, assume um risco enorme, mas pode cair no gosto do público e ser um sucesso.

Vou dar um exemplo fora da Apple. Se a Rovio fizesse pesquisa de mercado quando da criação do seu primeiro jogo. Algum entrevistado falaria "Um jogo de atirar passarinhos por estilingue em porcos" na pesquisa? Não. Ela precisou mostrar para as pessoas isso e ver a reação delas.

Compreendo bem a forma Jobs de pensar. Tento pensar igual e aprendo todo dia com a dificuldade disso.

Editado por Deucher
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O que acontece é que:

As pessoas não prescisam de praticamente nada. Mas são ambiciosas por natureza.

E assim querem experimentar o que é novo, se for bom vira vício.

Steve Jobs sabe manipular nossa mente, e como o fazer.

De forma mais complementar ele tem certa razão;

Não sabemos o que queremos mas sabemos o que prescisamos, não conseguimos nos contentar com o que temos e nossa procura é o que prescisamos. O fim da procura é a luxúria.

Editado por Raphael Rivas
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O que acontece é que:

As pessoas não prescisam de praticamente nada. Mas são ambiciosas por natureza.

E assim querem experimentar o que é novo, se for bom vira vício.

Steve Jobs sabe manipular nossa mente, e como o fazer.

De forma mais complementar ele tem certa razão;

Não sabemos o que queremos mas sabemos o que prescisamos, não conseguimos nos contentar com o que temos e nossa procura é o que prescisamos. O fim da procura é a luxúria.

Ah, eu discordo. Ninguém pede "iCloud", a maioria pede pendrive ou HD externo. Mas depois se o consumidor tiver acesso a internet wireless em diversos locais e começar a utilizar o iCloud ele nunca mais pensará em pendrive e HD externo. Eu acho o contrário: a maioria não sabe o que quer e embora saiba o que precisa. A Apple sabe o que as pessoas querem e por isso consegue entregar a solução que melhor lhes atende. As pessoas não querem o novo e sim aquilo que facilite suas vidas, seja novo ou velho. Quem sempre quer gadget novo são os geeks, mas não devemos perder de vista que a maior parte do mercado não é formado por geeks e sim por pessoas "normais" que simplesmente querem facilidades para seu dia-a-dia para sobrar tempo para o lazer, a família, hobbies, etc.

Imagine a inexistência do iCloud e a continuidade da exigência de uso do pendrive: espeta o dispositivo, procura a pasta para salvar, é preciso remover via software para só então remover do hardware, etc, e no dia seguinte tudo de novo.... Daí surge o iCloud que faz tudo de maneira realmente mágica e mantém tudo organizado em diferentes dispositivos (iPad, iPhone, MacBook, iMac, etc) e sem utilizar fios e "espetamentos". E isso não é luxo e sim praticidade pois utilizando o iCloud sobra tempo para fazer outras coisas, não há risco de dizer "Ops! Esqueci de salvar o arquivo no pendrive para trabalhar nele quando chegar em casa!".

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Ah, eu discordo. Ninguém pede "iCloud", a maioria pede pendrive ou HD externo. Mas depois se o consumidor tiver acesso a internet wireless em diversos locais e começar a utilizar o iCloud ele nunca mais pensará em pendrive e HD externo. Eu acho o contrário: a maioria não sabe o que quer e embora saiba o que precisa. A Apple sabe o que as pessoas querem e por isso consegue entregar a solução que melhor lhes atende. As pessoas não querem o novo e sim aquilo que facilite suas vidas, seja novo ou velho. Quem sempre quer gadget novo são os geeks, mas não devemos perder de vista que a maior parte do mercado não é formado por geeks e sim por pessoas "normais" que simplesmente querem facilidades para seu dia-a-dia para sobrar tempo para o lazer, a família, hobbies, etc.

Imagine a inexistência do iCloud e a continuidade da exigência de uso do pendrive: espeta o dispositivo, procura a pasta para salvar, é preciso remover via software para só então remover do hardware, etc, e no dia seguinte tudo de novo.... Daí surge o iCloud que faz tudo de maneira realmente mágica e mantém tudo organizado em diferentes dispositivos (iPad, iPhone, MacBook, iMac, etc) e sem utilizar fios e "espetamentos". E isso não é luxo e sim praticidade pois utilizando o iCloud sobra tempo para fazer outras coisas, não há risco de dizer "Ops! Esqueci de salvar o arquivo no pendrive para trabalhar nele quando chegar em casa!".

Mais ou menos, né?

Pelo simples fato do iCloud não ser multiplataforma já mata completamente seu uso como substituto do pendrive. O iCloud tem compatibilidade super limitada até mesmo com o sistema Apple. É necessário ter o OS 10.7 em diante ou Windows Vista (!!) em diante.

Enquanto isso, o dropbox é compatível com absolutamente todos os sistemas em uso atualmente.

Será que os usuários querem mesmo um sistema de armazenamento na nuvem que seja incompatível com grande parte dos sistemas ?

No geral, senti falta dos Apple Users que sempre atribuem à ausência de Jobs todo e qualquer defeito de algum produto atual da Apple.

Será que é porque o texto não saiu na página inicial do site?

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